segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais uma prisão por porte de maconha

Fico triste quando prisões como a do Ricardo Tamanco (26/11/2010) acontecem (Estava com 1,5 quilos de maconha. Segundo a matéria ele não possuía nem crack , nem mela nem nóia nem coka nem cola. Apenas a erva). Triste porque tenho certeza de que a maconha, no reino das drogas, é das de menores malefícios. Triste sociedade hipócrita. Calada em seus buracos (cavernas platônicas) submissa aos seus merecimentos de boas ovelhinhas. Triste diante o fato de que há um desconhecimento absurdo dessa sociedade civil sobre o assunto. Indignado porque tratam como bandido um comerciante de maconha, mas não um comerciante de bebidas alcoólicas; daqui vêm todos contra mim: - mas tomar só uns golinhos não faz mal a ninguém ! - Faz ! Faz mal a todos. O bêbado é um problema muito grave. Ele perde completamente as estribeiras, só fala besteiras, comete crimes completamente irracionais, violento, bate na mulher, nos filhos, na mãe, no pai, nos visinhos; está sempre envolto aos acidentes de trânsito.

Enfim, o bêbado é completamente diferente do pacato maconheiro, que por sua vez é tranquilo e passivo, racional, leve; assim são os que eu conheço, assim o é o Ricardo, por todas as vezes que estive com ele. Lamento muito por esse vexame da justiça mundial, essa ladainha mesquinha, vendida, e sobre sua perspectiva a polícia bandida a deitar e rolar nessa estória. Não adianta um jurista qualquer vir para aqui me dizer qualquer firula de positividade nesses aspectos, porque não há uma razão específica que livre a bebida alcoólica do grau de ‘droga’, pois é uma droga como todas as outras, sendo uma droga da pesada ! Deixa o povo muito doido, vicia e mata (inclusive terceiros), e nem a turma da cocaína e derivados, pois é droga que vicia e por um vacilo mata numa overdose radical.

Outro dia estava numa praia ao sul da capital, durante o carnaval, caminhando tranquilamente pelas belas ruas de barro, quando me deparei com uma casa de portas escancaradas, pus-me a observar: logo na entrada uma parede de caixas de som estridentes tocava músicas de baixo escalão (bicicletinha, atoladinha, é na manteiga, daí pra diante), e o que mais me impressionou: mal perceberam minha presença de observador, os adultos todos bêbados, falavam quase que ao mesmo tempo, numa euforia entusiástica deslumbrante, entre eles o patriarca, um delegado de polícia, também bêbado, enquanto as crianças, em um cantinho a parte gesticulavam seus corpinhos, acompanhando as músicas, em gestos obscenos.

Essa falta de moral social, essa falta de respeito recíproco comum, essa disparidade de rendas; o Estado a gastar fixo, por mês, com um só senador R$ 490.000,00 (fora as horas extras, os lobbies, as comissões, o jogo de influências, etc. - Sabe-se lá quanto ganha um senador desses mais ‘espertos’ !), enquanto entra ano e sai ano e os habitantes da favela Sururu de Capote continuam lá, naquele submundo  que mais lembra a miséria da Etiópia e Serra Leoa... Não teria toda essa equipe integrada da justiça, política, polícia, e afins a fazer e se preocupar, do que prender um pacato maconheiro dentro de seu lar !? Vários deputados estaduais de alagoas foram ‘quase’ presos por formação de quadrilha, corrupção ativa e outras mazelas que a impunidade os livra. Deus, no quarto dia da criação da Terra semeou as ervas para nos curar... E Todos inda dizem-se cristãos (- Kapitalistas !).

Mas têm seus corações fechados para verdades verdadeiras, são ovelhinhas de um sistema terrorista que incentiva a miséria e massacra o pobre e joga na lama o pensador; que pouco se lixa para a dor alheia. Um sistema que quer a dor alheia para enriquecer com ela. Chegamos ao Século XXI com uma mentalidade social medíocre. Cada vez mais distante das essências divina e mais e mais envolto aos engodos das indústrias. Para termos uma idéia a marca número 1 do mundo Kapitalista é a Coca (cocaína) Cola (Soda Cáustica), não é essa a combinação do crack ? Em menores doses, mas é. Se disserem que não há mais esses produtos nesse refrigerante, digo então que restou apenas a apologia às drogas através da marca difundida.

Sem mais, com o coração partido de dó por essa hipnose irreflexiva global. Lamento pelo Tamanco. Tenho certeza que não o é um bandido por isso. Não deveria estar preso.