sábado, 23 de janeiro de 2010

Indo 01

Horas perdido na escuridão de si mesmo, perplexo com o nada de tudo ! Compreendo mas num comungo, blasfemo em vão, prum nada qualquer. Estúpido, irracional, transbordo plenas poesias para o absoluto alienado – a cegueira catastrófica do império Kapitalista – sem pestanejar uma sequer plenitude de luz. Escuto o doido do Hermeto Pascoal, esse vulcão em erupção permanente, ora gente ora porco, e identifico a aura poética da transparência mágica de um novo amanhecer... Me identifico ficando ou saindo confuso quando não me identifico, identidade borrada, aos 47 de leitura estou cego, a um ou dois palmos de luz, fruto do desgaste áureo do quilate da idade. Envelhecendo gradativamente gente num mundo de coisas adjacentes aos milhares a se nos oferecer. Um mercado de tudo e de muito mais a se criar, renovado a cada instante, renovando, renovando, num jogo de linguagens chulas, de reverberação subliminar, envolvendo pela persistência, envolvendo o pensamento com o compromisso pleno da verdade absoluta. Verdade desse mercado. Produto desse mercado: Kapitalismo. Uma mentira contada mil vezes vira verdade. A hipocrisia plena. Contínua. Por um Sistema implantado na cultura global da civilização. Então me questiono: Pra que escrever?!... Por quê?!... Por quem?!... Se por um determinado instante refiro-me a um ínfimo como pleno e a um pleno como ínfimo!?... Nessas medidas hierarquizadas, do quadradismo dos versos retos, no malabarismo quântico, multilateral, de toda essa babaquice produzida por esse sistema crônico, inconsequente, impiedoso, onde tudo é reflexo do valor do próximo, do outro lado da moeda, da cara e da coroa, numa gangorra com milhares de tetáculos, obedecidos pelo peso do poder. Quando refiro-me aos deuses, rogando toda náusea por esse navegar tão tortuoso, todo silêncio se expande pelo universo sem eco, sem reverberação, sem fim, sem respostas.

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